Valderci Malagosini Machado informa que os pavimentos intertravados seguem como uma das alternativas mais eficientes e sustentáveis para áreas externas, especialmente quando o objetivo é reduzir impermeabilização, facilitar manutenções e prolongar a vida útil do pavimento.
No entanto, para que todo o sistema funcione conforme esperado, o elemento decisivo não é o paver em si, mas a base que o sustenta. É na base que se define a capacidade de distribuir cargas, absorver vibrações e evitar recalques diferenciais que comprometeriam tanto o desempenho quanto a estética do pavimento.
A adoção crescente desse tipo de solução se deve à sua versatilidade. Condomínios, praças, vias locais, estacionamentos e ciclovias se beneficiam da modularidade, permeabilidade e facilidade de reparo inerentes ao intertravado. Porém, como observa Valderci Malagosini Machado, a sustentabilidade e durabilidade do sistema somente se consolidam quando a base é dimensionada com técnica e executada com rigor.
Por que a base se tornou protagonista nos pavimentos intertravados
Segundo a análise de Valderci Malagosini Machado, a base atua como a “infraestrutura invisível” responsável pela estabilidade do pavimento. É nela que ocorre a dissipação de cargas verticais e horizontais provenientes do tráfego. Quando compactada inadequadamente ou composta por materiais de baixa capacidade drenante, a base passa a sofrer recalques irregulares, transmitindo deformações diretamente ao revestimento.

Outro aspecto determinante é o controle da umidade. Em muitos pavimentos rígidos, a água tende a se acumular sob a superfície, causando erosão interna ou perda de suporte. Já no sistema intertravado, a base bem projetada possibilita infiltração contínua, evitando que a água, ao se movimentar, carreie partículas finas. Garantir essa drenagem constante prolonga a vida útil de todo o sistema.
A granulometria do material utilizado também influencia a estabilidade. Camadas de brita graduada, por exemplo, proporcionam intertravamento interno entre partículas, formando uma fundação capaz de resistir a esforços repetitivos e vibrações típicas de circulação intensa.
Equilíbrio entre sustentabilidade e desempenho técnico
Na visão de Valderci Malagosini Machado, a sustentabilidade do pavimento intertravado vai muito além do caráter permeável das juntas. O sistema oferece benefícios ambientais relevantes ao permitir manutenção localizada, menor geração de resíduos e reaproveitamento das peças em futuras realocações. Isso reduz a necessidade de descarte e de novos insumos, alinhando o pavimento às práticas de construção sustentável.
A permeabilidade também colabora para o reequilíbrio hídrico urbano, diminuindo o impacto sobre redes de drenagem e contribuindo para recarga de aquíferos. Esse comportamento se torna especialmente valioso em regiões de alta impermeabilização. Contudo, para que essa água infiltre de forma eficiente e segura, a base deve possuir características drenantes e estabilidade volumétrica, preservando a integridade dos pavers ao longo dos anos.
Adicionalmente, o pavimento intertravado apresenta desempenho térmico superior ao de superfícies contínuas de concreto ou asfalto, uma vez que não acumula calor na mesma proporção. Esse efeito reduz a formação de ilhas de calor e melhora o conforto ambiental em áreas urbanas densas.
Medidas práticas para prevenir recalques e manter o pavimento uniforme
Como reforça Valderci Malagosini Machado, o controle de recalques exige mais que um bom projeto: requer execução criteriosa. A compactação deve ser realizada por camadas, garantindo densidade homogênea ao longo de toda a base. Irregularidades de compactação criam bolsões frágeis que se tornam pontos futuros de deformação.
A espessura da camada granular deve ser compatível com o tipo de tráfego esperado. Para estacionamentos leves, uma base moderada é suficiente; já para vias internas com circulação de caminhões, espessuras mais expressivas são indispensáveis.
A contenção lateral é outro fator crucial. Sem esse elemento, as peças migram com o tempo, ampliando pequenas falhas e gerando recalques progressivos. Contenções bem ancoradas, sejam de concreto, alvenaria ou perfis metálicos, estabilizam o pavimento e evitam abertura das juntas.
O preenchimento com areia das juntas também precisa de atenção. Uma camada de areia industrial fina, devidamente vibrada, garante travamento adequado entre as peças e melhora a distribuição das cargas.
Durabilidade ampliada com manutenção inteligente
Valderci Malagosini Machado conclui que a manutenção do pavimento intertravado deve ser vista como cuidado preventivo, não como correção emergencial. Limpeza das juntas, reposição de areia, inspeção da contenção lateral e nivelamento periódico preservam o pavimento e evitam deformações acumuladas. Como o sistema é modular, qualquer intervenção pode ser feita de forma rápida, econômica e sem necessidade de picotar grandes áreas, preservando sua estética e funcionalidade.
Em situações em que a base é bem planejada e executada, os pavimentos intertravados entregam desempenho duradouro, aliam sustentabilidade e eficiência técnica e permanecem estáveis mesmo sob tráfego intenso ou condições climáticas desafiadoras. É essa combinação que consolida o intertravado como uma das soluções mais completas e modernas da construção civil contemporânea.
Autor : Pall Shnider